domingo, 14 de dezembro de 2025


 

Carlos, sem querer, ouviu os colegas de trabalho falando sobre ele.


— E então? Apagou os e-mails falsos que a gente criou?

— Sim, já deletei tudo. Não vai sobrar nenhum vestígio das mensagens “do presidente”. O Carlos não tem como provar nada.

— Ótimo! Ainda não acredito que ele caiu direitinho. Acreditar que o presidente mandou ele tomar o Feminilizante experimental e apresentar o relatório pro board hoje como mulher.

— Pois é. Ainda por cima pediu pra uma das secretárias ajudar com maquiagem e roupa. Tudo bem que ele sempre foi puxa-saco dos chefes e subiu rápido por causa disso, mas devia ter limite. Quem sabe agora aprende a lição.

— E o que acha que vai acontecer com ele?

— Assim que os sócios virem o que ele fez — usar ilegalmente um produto experimental da empresa —, vão demiti-lo na hora. Ou melhor, demiti-la. Aí eu assumo o lugar dele, e você vira meu braço direito.

Carlos se afastou em silêncio, o coração disparado. Assim que dobrou o corredor e se viu longe deles, começou a correr. O som dos saltos altos ecoava pelo chão de mármore, e ele sentia os seios fartos balançando desconfortavelmente, quase escapando do sutiã apertado.

Ele havia caído numa armadilha armada pelos rivais mais inescrupulosos da empresa. Agora precisava agir rápido: primeiro, sair dali antes que o plano deles se concretizasse por completo e ele fosse exposto na frente do board.

A segunda e mais urgente preocupação era: como conseguir outra dose do Feminilizante — a versão reversora — sem a autorização falsa que aqueles dois tinham fabricado? Sem isso, ele nunca mais voltaria a ser homem.



— Pronto, Antônio. Você está livre para ir embora. O laudo médico chegou e confirmou exatamente o que você disse. Você não é a Raquel... é o Antônio.

— Ufa, até que enfim. E a Raquel? Já encontraram ela? Quando vão me colocar de volta no meu corpo?

— Infelizmente, não. Tudo indica que ela planejou cada detalhe. Roubou as joias, depois te drogou e pagou uma clínica clandestina para fazer a troca de corpos. Assim, ela conseguiu fugir do país. Já acionamos a Interpol e estamos tentando localizá-la.

— Mas e eu? O que faço enquanto isso não acontece?

— Fique tranquilo. O marido da Raquel está vindo te buscar. Ele vai cuidar de você até tudo se resolver.

— Não! Eu não vou morar com o marido dela!

— Não tem outra opção, Antônio. O juiz determinou que seja assim. Ele considerou o seu bem-estar, mas principalmente os dois filhos pequenos dela, que estão sentindo muita falta da mãe. Ou você aceita ir com ele, ou fica preso aqui até encontrarmos a Raquel e conseguirmos reverter a troca.

— E quanto tempo isso pode levar?

— É difícil prever. Normalmente, alguns meses... depende de quão bem ela apagou os rastros.

— Meses?!

— Pois é. E então? O marido já deve estar chegando. Qual é a sua decisão?

— ...Tá bem. Eu... vou com ele.



Meses depois. — Vamos, Raquel. As crianças já estão dormindo. — Paulo... A gente não deveria... Você sabe que eu não sou a Raquel. — Claro que não. Você é muito melhor do que ela como mulher, como mãe e como amante. — Isso é porque as crianças são uns amores. Você é um homem bom, inteligente, bonito e... tenho vergonha de dizer, mas é ótimo na cama. Não sei como a Raquel foi capaz de largar tudo isso. — Porque ela é uma idiota. Você é muito mais mulher do que a Raquel jamais foi. — Mas e quando ela for capturada? Eu volto para o meu corpo e ela vai para a cadeia. — Não precisa ser assim. Podemos negociar com o juiz e com ela. Em troca de uma redução na pena, ela teria que concordar em ficar com o seu corpo. — A-acha que ela aceitaria? — Bem, ela fugiu com o seu, né? Deve gostar de ser homem. Mas e você? Concorda com isso? — Com você me tratando assim, fica difícil dizer não. — Então está combinado. Agora deite-se no tapete, minha esposa! — Sim... Meu marido!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025


 -Fernanda, você não está mentindo, está? Preciso chupar o meu... o seu pau para desfazer a magia, destrocando a gente de corpos?

-Claro que não Roberto. Você chupa até eu gosar e engole tudo. Só assim vai ter o seu corpo de volta.

-Não é um tipo de vingança, por eu te obrigar a fazer isso ameaçando te demitir, é? Pois eu não falava sério e achei que você gostasse.

-Não, eu não seria tão baixa. Agora seja uma boa menina e comece a chupar. Quem sabe você não vai acabar gostando...


 

Minha mulher viajou, mas, para evitar que eu fosse para a balada com meus amigos como fiz da última vez, antes de sair colocou uma pílula feminilizante no meu café.

Eu disse para mim mesmo que não deixaria ela estragar meu fim de semana. Então vesti as roupas dela, me arrumei e vim encontrar os amigos.

Contei para eles quem eu era e eles parecem não ligar — muito pelo contrário. Estão dando em cima de mim, me tocando. Para piorar, meu corpo está respondendo e gostando disso.

Acho que foi uma péssima ideia ter vindo aqui, porque sinto que vou acabar fazendo algo de que me arrependerei depois.


 Lauro era um rico executivo com um desejo secreto por transexuais, mas não poderia deixar que as pessoas soubessem, pois poderia prejudicar o nome da sua família tradicional e suas empresas. Ele fantasiava em encontrar um homem que desejasse se tornar uma mulher, e pudesse realizar este desejo e assistir à sua transformação.

Certo dia, o gerente de TI de uma de suas empresas lhe mostrou um relatório onde um de seus funcionários, chamado Nelson, vivia visitando sites sobre fantasias de troca de sexo. Novamente para manter as aparências, ordenou que Nelson fosse demitido.

Dias depois, Nelson recebeu uma ligação. Era a secretária de Lauro, dizendo que o seu ex-chefe o convidava para um jantar. Ele aceitou, achando que poderia ser uma proposta para voltar para a empresa, mas não era exatamente isso.

No jantar veio a proposta: Lauro explicou que lhe daria tudo o que ele desejasse, mas em troca Nelson passaria por um processo completo de transformação. Ele teria de se tornar uma mulher. Nelson achou aquilo loucura e disse não. Mesmo assim, Lauro pediu que pensasse por uma semana e depois lhe desse uma resposta definitiva.

Nelson passou os dias pensando na proposta e esta, de repente, não parecia assim tão absurda, afinal ele sonhava com isto desde muito jovem. Por fim, ele recebeu a ligação final de Lauro e disse sim.

Lauro não poupou recursos e usou o melhor que o dinheiro poderia comprar para tornar Nelson na mulher dos seus sonhos. Hormônios, tratamentos e cirurgias, algumas feitas em outros países, e com o passar dos meses aquela pessoa nem lembrava mais o rapaz chamado Nelson. Agora ela era Natasha.

A festa de final de ano da empresa onde Nelson trabalhara era a opção perfeita para que Lauro exibisse a sua namorada. Todos ficaram boquiabertos com a beleza escultural daquela mulher desconhecida, sem ninguém desconfiar que aquela era o seu antigo colega Nelson.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025



Nunca imaginei chegar a este ponto: saia justa, unhas compridas, meia-calça e salto alto. Como foi que cheguei a este ponto?

Tudo aconteceu aos poucos, quase sem eu perceber. Eu estava desempregado havia meses e minhas reservas estavam no fim. Candidatei-me a uma vaga de assistente administrativo — um cargo bem abaixo do que eu ocupava antes como gerente —, mas, naquela altura, não dava mais para escolher.

Quando recebi o e-mail confirmando a entrevista, senti um alívio imediato… até que li com atenção: eles me chamavam de “senhorita”.

Não era a primeira vez. Meu nome é Sasha — comum em homens na Rússia, de onde vêm meus avós —, mas aqui no Brasil todo mundo acha que é nome de mulher. Por um segundo pensei em corrigir, explicar tudo, desistir. Só que a conta bancária zerada não deixava espaço pra orgulho. Por desespero, respondi confirmando a entrevista como se nada tivesse acontecido.

Tive poucos dias para me preparar. O estresse dos últimos tempos tinha me feito emagrecer muito; perdi peso, massa muscular, volume. Minha estatura baixa, que sempre odiei, de repente virou vantagem. Com roupa certa, um pouco de maquiagem e cabelo arrumado, consegui me passar por mulher sem grande dificuldade.

Quase entrei em pânico quando me ligaram dizendo que eu tinha sido “aprovada”, mas… não tinha alternativa. Aceitei. Isso foi há oito meses.

Hoje tudo parece natural. De manhã levanto, escolho a roupa, visto a meia-calça, calço o salto, arrumo o cabelo, passo maquiagem. Saio para o trabalho com um sorriso de boa moça — e o sorriso é de verdade, porque é o que esperam de mim.

Os enchimentos de silicone nos quadris e nos seios começaram a virar tortura nos dias quentes de verão. Aos poucos fui me convencendo de que “só um pouco de hormônio” não faria mal. Depois veio a lipoaspiração, as aplicações de hidrogel… até que as curvas passaram a ser minhas de verdade.

Meu chefe e as colegas nunca desconfiaram. Para eles sou só mais uma das meninas do escritório. E eu… eu não me reconheço mais no espelho.

O que era para ser temporário virou rotina. A cada dia me perco um pouco mais e me torno mais mulher. Às vezes me pergunto se ainda serei capaz de voltar atrás — ou se, no fundo, já não quero mais voltar.

sábado, 6 de dezembro de 2025


Marcos perdeu o emprego. Para economizar com a empregada, ele e a esposa, Patrícia, combinaram que ele assumiria todas as tarefas domésticas enquanto ela trabalhava e sustentava a casa. Era para ser temporário, até ele se recolocar no mercado.

Mas o mercado estava em crise, e o emprego novo nunca aparecia. Patrícia, por outro lado, prosperava. Um dia, chegou com uma proposta inusitada: havia uma vaga de alto cargo, com salário muito maior… mas a empresa só a daria a um homem. A solução que encontraram foi radical: trocar de corpos numa clínica especializada. O procedimento era legal, registrado em cartório. Assim, “Marcos” (agora no corpo de Patrícia) seria promovido, e eles juntariam dinheiro rápido. Depois, quando a vida melhorasse, voltariam ao normal.

Dias depois da troca, Marcos — agora no corpo escultural e loiro da ex-mulher — descobriu que ser “a esposa” exigia muito mais do que limpar a casa. Era preciso cuidar dos longos cabelos louros, depilar-se inteira, aprender a se maquiar, escolher roupas que valorizassem as novas curvas. E, acima de tudo, manter o marido satisfeito.

No começo foi estranho. Carícias tímidas, toques hesitantes. Depois vieram as noites em que ele, ainda se acostumando aos seios sensíveis e ao calor diferente entre as pernas, se oferecia para aliviar o estresse de Patrícia com as mãos… e, mais tarde, com a boca. Ele descobriu que gostava da sensação de ser desejado, de ver o olhar de Patrícia escurecer quando ele aparecia de lingerie preta, joelhos no chão, sem precisar de nenhum pedido.

O sexo se tornou intenso, quase diário. Marcos — ou melhor, a nova “Patrícia” da casa — tomava a iniciativa com uma naturalidade que surpreendia até ele mesmo. Abria as pernas sem pudor, pedia mais forte, gemia alto quando era preenchido. O corpo respondia de formas que o antigo Marcos nunca imaginara.

Meses se passaram. Um dia, Patrícia chegou animada: uma nova diretora progressista assumira a área. Não haveria mais problema em ela voltar a ser mulher no trabalho. A troca podia ser revertida. Marcos poderia ser homem outra vez.

Ele a encarou por longos segundos, os lábios pintados de vermelho entreabertos, o robe de cetim escorregando de um ombro. Depois sorriu, lento.

— E por que eu ia querer isso? — perguntou, a voz suave e provocadora. — Eu estou feliz assim. A não ser que você queira o seu corpo de volta… aí a gente pode conversar.

Patrícia não deixou ele terminar. Avançou, tomou aquele rosto delicado entre as mãos e o beijou com fome. Naquela noite fizeram amor como se fosse a primeira vez — e também como se fosse a última antes de uma decisão definitiva.

Nunca mais falaram em destrocar.

No ano seguinte, a barriguinha já arredondada de Marcos (agora para todos os efeitos a esposa dedicada) era acariciada com reverência todas as noites pela mulher que ainda assinava como “Marcos” no trabalho. Eles estavam esperando o primeiro filho. E, pela primeira vez na vida, ambos se sentiam exatamente onde deveriam estar.