– Quem é você, garota? E por que está usando o carro do meu marido?!
– Porque agora tudo o que o Nelson possuía é meu!
– Como assim? Onde está o Nelson?
– Calma, Ana. Eu sou o Nelson! Lembra que, quando saiu aquele processo de troca de corpos, combinamos que um dia, quando estivéssemos na terceira idade, trocaríamos por corpos mais jovens? Pois bem, eu fiz isso.
– Nelson, é mesmo você? Mas por que uma mulher?
– No fundo, sempre tive curiosidade de saber como é ser do outro sexo. E, já que estamos praticamente recomeçando, por que não tentar algo diferente?
– Mas você deveria ter falado comigo antes. Eu sou sua esposa, poxa.
– Desculpe, mas se eu sugerisse isso, você poderia achar estranho e não topar.
– Claro que eu não toparia! E agora? Como ficamos?
– Bem, você concordou com a ideia de trocar de corpos anos atrás. Acho que o melhor é você passar por isso também. Já pensou em ser um homem?
– Um homem?
– Vamos lá, admita que sempre invejou os homens em alguns aspectos. Quantas vezes não te ouvi reclamar das desvantagens de ser mulher?
– Bem, eu...
– Ana, vamos até a clínica. Vi que eles têm várias opções de corpos masculinos lindos. Você dá uma olhada e, quem sabe, saímos de lá novamente como um casal.
– Tá bom, Nelson. Eu vou.
– Ótimo! Mas agora me chame de Graziela, ok? E é melhor você dirigir. Ainda estou me adaptando a andar de salto alto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário