terça-feira, 3 de setembro de 2024

 

– Então é verdade. – disse Alberto, o chefe do contrabando no estado, ao entrar na sala de interrogatório. – Foi você, Andreia, ou devo te chamar de Guilherme?  
– Sim, Alberto. Andreia era apenas um disfarce, usando a nova tecnologia de mudança de DNA. Como você é muito esperto, precisávamos de alguém que pudesse se aproximar e te fazer baixar a guarda. Uma mulher atraente foi a escolha perfeita.  
– Tenho que tirar o chapéu para você. A maneira como me atraiu, fingiu desinteresse, e depois, de repente, parecia apaixonada por mim... Era tudo falso?  
– Sim. Apenas fingimento. Parte do trabalho.  
– Que pena. Da minha parte, sempre fui sincero. Você foi a garota mais incrível com quem já me relacionei. Me apaixonei por você, te perdoo pelo que fez, e sei que nunca vou deixar de amar essa mulher, mesmo sabendo que ela não existe.  
– Eu... Devo ir agora. Estão me esperando para reverter o processo de mudança. Esta é a última vez que nos vemos.  
– Entendo. Só uma pergunta: não sentiu nada mesmo? Era tudo fingimento?  
– ...Adeus, Alberto.

Três meses depois, na porta da penitenciária.

– Oi, bonitão! Quer uma carona?  
– Andr... Guilherme! O que você está fazendo aqui? Vai tentar me prender de novo? E ainda por cima, continua com o carro que te dei de presente.  
– Não, Alberto. Só vim te levar para casa.  
– E quer que eu acredite em você? Espera... Por que ainda é uma mulher?  
– É que da última vez que nos vimos, o que você disse me fez pensar, e acabei mudando de ideia sobre voltar a ser homem.  
– Mas então... as provas que desapareceram, as falhas nos relatórios... tudo o que permitiu anular minha pena de vinte anos, foi você?! Quer dizer que...  
– Nem tudo foi fingimento, querido. Vamos para casa, e eu te explico tudo. Aposto que está louco por um banho e uma comida decente. E por falar em comida, a sua já está bem quentinha...  
– Nossa, quando te vi, soube que você seria a mulher da minha vida. Vamos!


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