— Por favor, Leonardo... não faça isso comigo! — implorou Jéssica ao marido.
— E você acha que eu queria fazer isso, Jéssica? Estar no seu corpo? Ser uma mulher? Claro que não. Mas não posso deixar tudo o que construí se desfazer. Eu até usaria o corpo de outra pessoa, mas a poção que a cigana me vendeu só funciona se as duas pessoas fizerem sexo depois de tomá-la. Como eu jamais conseguiria ir pra cama com outro homem, você era minha única opção.
Ele tragou o cigarro antes de continuar:
— Por outro lado, até será uma vantagem estar no seu corpo. A imprensa vai adorar ver uma mulher como presidente da empresa, resolvendo os problemas de corrupção criados por um homem.
— Mas... o que vai acontecer comigo? — perguntou ela.
— Bom, a polícia deve vir hoje para levá-la à prisão. Você pode ficar e esperar... ou pegar um voo para um país sem acordo de extradição. O que prefere?
— Claro que prefiro fugir...
— Muito bem. O motorista vai levá-la.
— Mas me diga... você vai devolver o meu corpo um dia, não vai?
— Possivelmente.
Um ano depois, Jéssica — ainda presa no corpo de Leonardo — viu um post no Instagram que a fez perder as esperanças de voltar a ser mulher.
Era o anúncio de casamento da “empresária Jéssica” com um jovem e famoso político.
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