Há alguns meses, eu era Tomás, um homem de 53 anos, muito rico. Minha casa era pelo menos cinco vezes o tamanho desta – e não era o único imóvel que eu possuía. Hoje, começo mais um dia como Sandra, uma mulher de 29 anos que trabalha como diarista, fazendo limpeza doméstica.
Antes, os outros homens me invejavam. Eu tinha carros, um iate e mulheres se jogando em cima de mim. Hoje, pensam diferente ao me ver. Pensam em me levar para a cama ou em como o meu marido é um homem de sorte.
Falando em marido, Geraldo é um homem bruto e feio, alguém que eu jamais contrataria antes, por considerá-lo ignorante. Por outro lado, é um excelente pedreiro e trabalha duro. Logo descobri que toda essa rudeza tem seu valor – principalmente na cama. Sim, quando ele me pega com força e me fode como um animal, eu entendo exatamente por que Sandra resolveu se casar com ele.
Dizendo assim, parece que fui vítima de alguma magia ou castigo. Mas não é verdade. Eu escolhi essa vida e paguei milhões para estar neste corpo.
Sempre tive o desejo secreto de ser mulher. Com o meu corpo masculino, tratamentos e cirurgias jamais me dariam o que eu realmente queria. Então, quando já havia perdido as esperanças, soube que haviam descoberto como transplantar cérebros, tornando possível a troca de corpos entre pessoas.
Não era só uma questão de escolher um corpo. O processo exigia compatibilidade genética. Depois de meses de busca, algumas opções surgiram – e Sandra era, de longe, a melhor delas.
Convencê-la de que isso não era piada ou golpe levou tempo, mas, no fim, ela aceitou a proposta. Em troca, ganhou uma nova vida como um homem mais velho e muito rico.
É claro que eu poderia ter armado algum esquema, deixado dinheiro em uma conta secreta e usado depois da troca, para nunca precisar trabalhar. Mas escolhi viver a vida de Sandra exatamente como ela era. Admito que, de vez em quando, me arrependo – como quando estou em um ônibus lotado e um tarado se esfrega em mim. Mas, no geral, não. Finalmente sou tudo o que sempre quis ser. Sou uma mulher de verdade, jovem, bonita – e muito mais feliz do que fui como homem rico.
O dono desta casa é solteiro e atendeu à porta sem camisa, deixando os músculos à mostra para me provocar. Já deu em cima de mim antes, e está cada vez mais difícil resistir. Tento não olhar para ele e lembrar que sou uma mulher casada. Só sei que, se conseguir terminar este dia sem ter ido para a cama com esse cliente, ao chegar em casa, vou me atirar em cima do meu marido – e deixar que ele alivie esse meu fogo com seu pau enorme.
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