— Puxa, Amélia, não sei como te agradecer. Estou tão feliz!

— Que bom, Paula! Seu novo corpo está lindo. Todos vão adorar você. Como está se sentindo sendo uma menina?

— Bem, da minha nova perspectiva, tudo parece maior. Meu corpo é muito leve; consigo me mover sem esforço e quase não me canso. Às vezes, é estranho não ter nada entre as pernas, mas lembro que era isso que sempre quis. Na verdade, não tenho do que reclamar.

— Certo. Tive que pedir vários favores para te colocar no teste da troca de corpos na minha empresa, mas ver você feliz faz tudo valer a pena. Mais tarde, vamos sair para comprar roupas novas e seu uniforme.

— Uniforme?

— Sim! Todos os seus documentos agora pertencem a uma menina de treze anos. Enquanto você se recuperava no hospital, fiz sua matrícula em um bom colégio. Você também fará balé e aulas de piano.

— Nossa, isso é estranho. Eu sempre tomei as decisões, quero dizer, desde o nosso casamento.

— Sim, foram vinte anos assim. Mas agora você não é mais um homem de 42 anos, e sim uma garotinha. Daqui pra frente, vou assumir o papel de sua mãe e te ensinar tudo o que precisa saber. Mas você vai ter que me obedecer, ok?

— Claro, Amélia.

— Para começar, me chame de mamãe.

— Sim... Mamãe.