- O que foi, Luís? Não estou bem?
- Não! Quer dizer, está sim. Só que eu não esperava te encontrar assim, Evandro.
- Com roupas de mulher? É novidade pra mim também. Desde que o efeito colateral do tratamento mudou meu sexo, eu vinha me escondendo, usando roupas para disfarçar meu corpo e aquele boné. Mas, finalmente, estou começando a aceitar o que sou: uma mulher. A terapia tem me ajudado muito.
- Que bom...
- Luís, sua cara está hilária!
- Desculpa, é que você ficou tão...
- Bonita?
- Sim!
- Obrigada! Esse é o primeiro elogio que recebo de um homem. É um pouco estranho, mas gostei.
- Acho que não posso mais te chamar de Evandro, né?
- Não. Me chama de Eva, pra facilitar.
- Certo, Eva. Bom, o plano era irmos para aquele botequinho de sempre, mas acho que as coisas mudaram um pouco agora.
- Eu gosto do nosso botequinho, mas me leva pra onde você quiser.
- Que tal um restaurante? Conheço um italiano ótimo.
- Perfeito!
- Engraçado, parece que isso não é mais só um jantar entre amigos.
- Eu sei. Parece um encontro, né?
- Sim.
- Bem, meu terapeuta me aconselhou a deixar o que eu era para trás e focar na mulher que sou agora. Você pode tentar fazer o mesmo.
- Com você linda assim, isso vai ser fácil...
A versão ajustada mantém o sentido original, mas suaviza alguns diálogos para torná-los mais naturais e envolventes.
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