sábado, 7 de setembro de 2024


— Não acredito que aceitei fazer isso — sussurrou o policial Alan, do Departamento de Combate ao Crime Organizado.

— Cuidado para alguém não te ouvir, Alan — disse seu parceiro através do rádio em seu ouvido.
— Não tem perigo. Já estou na limusine indo ao encontro do Herrera. Ninguém pode me ouvir aqui.
— Entendi. Puxa, limusine e um corpão desses. Aposto que está gostando de tudo isso.
— Gostando? Tem ideia de como me sinto com essas tetas gigantes, esse bundão e com uma fenda úmida entre as coxas? Sem falar que essa vagabunda só tinha calcinhas fio-dental, e incomoda demais. Mas o pior é estar totalmente vulnerável, desarmado e indo ao encontro do maior criminoso que o departamento já tentou prender.
— Tá bom. Olha, quando a missão acabar, eu te pago uma cerveja, ok? Mas só se formos antes de você devolver esse corpo.
— Ah, vai se foder!

A parceria do governo com um laboratório privado permitiu o uso da tecnologia secreta de troca de corpos pela polícia. Essa era a forma mais perfeita e segura de um policial trabalhar infiltrado. Alan se ofereceu como voluntário para tomar o lugar de Bárbara, a namorada de Herrera, o chefe do crime organizado.

— Ok, estamos chegando ao cais. Acredito que serei levado para o iate de Herrera.
— Não contávamos com isso. Mas não se preocupe, continuaremos a saber sua posição pelo rastreador implantado na sua coxa. Um barco se aproximará para que possamos nos comunicar por rádio. Lembre-se, Alan, faça de tudo para que Herrera não desconfie, entendeu?
— Sim. O carro está estacionando. Vou ter que cortar a comunicação.
— Ok. Boa sorte.

Mas o plano não saiu como o esperado. Dias depois, o rastreador de Alan parou de funcionar, e a polícia perdeu a localização do iate. Meses se passaram sem qualquer tentativa de contato por parte de Alan. O departamento assumiu que ele havia sido descoberto, morto, e que seu corpo estava perdido em alguma parte do vasto oceano.


A polícia continuava na cola de Herrera, tentando prendê-lo. Mas o homem era muito esperto e, de repente, parecia conhecer todos os métodos e ações do Departamento de Combate ao Crime Organizado, estando sempre um passo à frente.

Dois anos depois, localizaram um imóvel que servia como escritório do criminoso. Quando chegaram, o lugar estava abandonado e não havia nenhuma informação relevante ao caso.
No entanto, uma foto chamou a atenção dos agentes. Ela estava sobre a mesa da sala principal e parecia ter sido deixada para trás durante a mudança. Na foto, Herrera aparecia ao lado de sua nova esposa, uma mulher chamada Bárbara. No verso, havia uma declaração de amor dela, com uma data de apenas alguns meses atrás.

Nenhum comentário:

Postar um comentário