— Rafael, te chamei aqui porque consegui os cadernos com as contas do Otávio. Agora estamos mais próximos de tirar a grana deles e, então, voltaremos a ser homens. Conseguiu os do Antônio?
— Bem... não, Carlos.— Não?! O que foi que combinamos? Agora você tem acesso ao quarto e, por consequência, ao cofre dele.
— É que... não tive coragem.
— Como assim? Você não está me dizendo que... sente algo por ele... por um HOMEM?
— O Toni é tão legal comigo. Me trata como se eu fosse a coisa mais importante do mundo, me dá presentes, carinho... Não posso fazer isso. Tirar todo o dinheiro dele.
— Que merda, Rafael! Sei que o sexo como mulher é bom — aliás, é muito bom —, mas você não pode se envolver. Você se apaixonou pela sua vítima.
— A-acho que sim. Desculpe.
— Não é pra mim que deve desculpas. Gastamos tudo o que tínhamos com a mudança de sexo, documentos, roupas, tudo. E agora? Vai fazer o quê? Como vai pagar o tratamento de volta? Ou será que não vai mais querer ser homem?
— Ele quer tornar nossa relação oficial. Quer que eu seja a namorada dele. Falou em casamento e filhos, e eu pirei. Acho que não... não vou mais voltar a ser homem.
— Bem... se é isso mesmo que você quer... parabéns, Rafael. Aliás, acho que agora não devo mais te chamar assim, não é mesmo, Juliana?
— Acho que você também deveria considerar isso. Pense bem: se a coisa fica séria, você pode ter o melhor dos mundos. Continuar como mulher, com todas as vantagens que descobrimos, com um homem que ama e, de quebra, com todo o dinheiro que iríamos roubar sendo nosso — como esposas deles. Honestamente, você também gosta do Otávio, não é mesmo?
— Bem... ele até que é legal. Temos muito em comum.
— Então? Por que não dá uma chance?
— ...Vou pensar nisso...
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