sábado, 4 de outubro de 2025



— Giorgio, me conta exatamente o que aconteceu — perguntou Toni, enquanto dirigia o carro.
— Entrei naquela nova loja de coisas esquisitas, expliquei para o dono que ele teria de pagar pela proteção ou algo aconteceria com ele...
— E então?
— Ele disse que não. Depois disso, os olhos dele brilharam e comecei a me sentir mal. Aí ele disse que não tinha medo de uma “mulherzinha” como eu. Quando tentei falar, minha voz saiu fina... e então eu vi que... eu...
— Você virou mulher, ficou apavorado e saiu correndo de lá. Entendi. Quer voltar e acabar com o sujeito?
— Não acho uma boa ideia. Ele ameaçou fazer algo pior se a gente voltasse. E eu nem quero imaginar o que seria pior do que “isto”.
— Bom, então o que pretende fazer agora?
— Não sei, Toni. Só dirija e leva a gente pra casa.



— O que é isso, Giorgio?! Que roupa é essa?... Tá usando maquiagem! Hahaha!
— Cala a boca, Toni! O chefe me deu uma oportunidade de continuar na organização, e eu vou aproveitar.
— Sério? Que tipo de trabalho? Uma coisinha como você não mete medo em ninguém.
— É um trabalho diferente... É na casa de shows dele. Ele descobriu que agora eu tenho uma boa voz.
— É mesmo? E quando ele te propôs isso, por acaso pediu pra você dar uma voltinha?
— ...Sim. Por quê?
— Porque o chefe pega todas as novas funcionárias dele. Você é a próxima da lista.
— Não. Ele sabe quem eu sou e não faria isso comigo.
— Acha mesmo? Bom... de qualquer jeito, é bom levar umas camisinhas, ok?

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