— Ricardo, pare de olhar para a minha bunda!

— Eu... desculpe, Vitor. Foi sem querer.
— Tô brincando! Sei que é complicado aceitar que eu estou no corpo da sua namorada. Eu e minha irmã não imaginávamos que, ao tentarmos fazer a projeção astral ao mesmo tempo, acabaríamos voltando para os corpos errados. Só queríamos descobrir se dava pra ver um ao outro no plano astral, não trocar de corpos.
— Eu sei. Vocês vão tentar novamente hoje?
— Não. Estamos tentando há duas semanas sem sucesso. Resolvemos dar um tempo antes de voltar a tentar. Até lá, vamos relaxar e aceitar nossos corpos temporários. Foi por isso que botei este biquíni dela e vim tomar sol.
— Que bom. Aliás, você parece bem à vontade como ela. Diferente dos primeiros dias.
— Estou mesmo. Mas fico preocupado com como essa troca está afetando as outras pessoas... como você, Ricardo. Deve sentir falta da sua namorada, né? Vocês eram tão grudados e... transavam frequentemente.
— Bem, não vou negar que sinto falta, sim.
— Talvez eu possa te ajudar com isso...
— O que está querendo dizer?
— Olha, eu vou entrar e tomar um banho. A essa hora não tem ninguém lá em casa, e vou deixar a porta do banheiro aberta.
— Tá querendo sugerir que a gente...
— Entenda uma coisa: não é só você que está carente, que estava acostumado a transar com frequência. Este corpo... quer dizer, eu também estou. Acho que não há nada de errado em ajudarmos um ao outro a resolver esse “problema”, certo? Bom, estarei te esperando...