Paulo e Marcelo eram amigos desde a infância. Eles foram vizinhos, brincaram na rua juntos e conviveram durante a adolescência e a vida adulta.
Na vida adulta, saíam para baladas e competiam para ver quem ficava com a garota mais bonita e atraente.
Mas tudo mudou quando ambos contraíram o vírus que trocava o sexo e, semanas depois do contágio, se tornaram mulheres.
Desde então, os dois vinham tentando se adaptar à nova realidade.
— Olha só, dois estão encarando a gente. — disse Paula. — Exatamente como fazíamos antes de virarmos garotas.
— Sim. Antes éramos os caçadores e agora somos a caça. Não podemos nem tomar uma bebida sossegadas, sem que algum cara venha puxar conversa achando que vai levar a gente pra cama.
— Ah, Marcela, veja pelo lado bom. Sempre tem algum trouxa pagando nossos drinks.
— É verdade, mas o problema é que eles querem que a gente pague indo pra cama com eles. Como naquele dia em que você teve de fingir e depois dar um fora naquele homem. Aliás, como você fez depois de aceitar a carona dele, para não acontecer nada? Já sei, disse que estava naqueles dias, né?
— Bem, eu... não fiz isso.
— Então como...? Não vai me dizer que você...
— Sim. Eu tinha a desculpa pronta para quando ele me deixasse na porta de casa, mas no meio do caminho ele entrou com o carro em um motel. Não sei o que deu em mim, mas deixei rolar... e quando me dei conta estávamos transando. E quer saber? Foi ótimo!
— Sério? Você deu?! Ficou com um homem?
— Foi só sexo. Não tem nada de mais. Ou você vai passar o resto da vida sem saber como é? Deveria experimentar, garanto que vai abrir a sua cabeça.
— Eu não gosto de homem, e você sabe disso!
— Sim. Mas eu também não. Quero dizer, não gostava. Mas na cama a coisa acontece de um jeito mágico. Tudo encaixa e parece que te completa.
— Bom, pelo jeito você vai fazer novamente.
— Com certeza. Aliás, tá vendo aqueles dois ali? Vou fazer um sinal e eles vão vir falar com a gente.
— Não! Eu não quero.
— Calma. Eu vou ver se rola com um deles, e você faz companhia pro outro. Só pra me ajudar, ok?
— Bem... tá bom, mas só vou conversar, ok?
— Isso nós saberemos depois...
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