Carla abraçou Rúbio, seu namorado, enquanto tiravam uma foto na festa de noivado de sua irmã Sandra.
Apenas um ano antes, aquela cena pareceria impossível, pois Carla era, na verdade, Carlos. O irmão de Sandra não tinha nada a ver com a garota bonita e alegre que agora sorria para as câmeras.
Rúbio era o melhor amigo do noivo de Sandra, e Carla não ia muito com a cara dele. Então teve uma ideia para pregar uma peça: pediu ao irmão, Carlos, que se vestisse de mulher e saísse para jantar com eles, como se fossem dois casais.
Carlos, que sempre gostou de aprontar, topou. Mas ele não esperava que ficaria tão convincente como garota, com a ajuda da irmã na produção.
No meio da noite, Carlos percebeu que estava realmente se divertindo. Era estranho, mas ao mesmo tempo delicioso, estar ali como uma garota atraente. Ele também gostava da atenção que recebia de Rúbio — achava-o engraçado, inteligente — e, pela primeira vez, sentiu-se atraído por um homem.
Foi um choque quando, de repente, Sandra revelou a verdade, arrancando a peruca da cabeça do irmão e soltando uma gargalhada.
Rúbio ficou furioso e saiu do restaurante, enquanto Carlos, atônito, tentava lidar com o fim abrupto daquela noite mágica.
Uma semana depois, para a surpresa de Carlos, Rúbio ligou para ele. Queria se encontrar, e Carlos aceitou.
Para a surpresa de Rúbio, quem apareceu foi Carla. Carlos explicou que, assim, seria menos constrangedor para ambos — e Rúbio concordou.
A partir daquele dia, os encontros passaram a se repetir. Carlos começou a se feminilizar cada vez mais, querendo agradar e se sentir bonita para seu novo amigo.
Logo os dois perceberam que haviam se apaixonado e começaram a namorar sério.
Carla não sabia, mas no final daquela noite, Rúbio pediria sua mão em casamento — e ela diria sim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário