sábado, 5 de julho de 2025



Parece que foi ontem. Eu era um homem normal, com uma namorada e alguns casinhos por fora. Era fácil ser assim, sendo um cara bonitão e com o corpo malhado, cheio de testosterona. Mas tudo isso é passado.

Tudo mudou quando recebi o diagnóstico. Eu havia contraído o tal vírus de troca de sexo, provavelmente de uma transa com alguma desconhecida, já que as garotas não sofrem os efeitos do vírus, mas transmitem.

Primeiro veio a negação. Eu realmente acreditava que poderia vencer aquilo. Tentava malhar ainda mais pesado, mas o que acontecia é que conseguia usar pesos cada vez menores, até me ver usando os mesmos halteres das garotas na academia.

Ao mesmo tempo em que os músculos sumiam, minhas pernas engrossavam, o bumbum crescia e seios doloridos surgiam no meu peito.

Acho que um dos pontos mais baixos da minha vida foi quando, em um bar, um homem deu em cima da minha namorada. Eu lhe dei um soco, mas só o que consegui foi quebrar minha mão. O cara nem sentiu e, com um empurrão, me fez cair no chão. Além do ego e da mão feridos, fiquei dias com o bumbum doendo. Neste dia, decidi terminar o namoro. Ela não fez esforço para continuarmos, e acho que estava pensando nisso mesmo.

Semanas se passaram, e eu estava sentado em um café, bem deprimido. As mudanças haviam terminado, e o que sobrou de mim era uma garota completa, o que eu tentava esconder usando roupas largas e cabelos curtos.

De repente, um homem pediu para se sentar, e não sei por que eu permiti. No começo, minhas respostas eram curtas, e imaginava um jeito de fazer o sujeito ir embora e me deixar curtir minha fossa, mas pouco depois estávamos conversando sobre assuntos diversos e engraçados. Ri pela primeira vez desde o meu diagnóstico médico.

Fiquei assustado ao me pegar olhando para outro homem e achando ele lindo.

Nos encontramos mais algumas vezes ali. E em cada encontro, eu sentia a necessidade de usar roupas mais femininas. Não queria que ele pensasse que eu era uma garota desleixada e tivesse vergonha de ser visto comigo. O que não sabia é que, inconscientemente, eu estava tentando seduzi-lo, como uma mulher faria. E deu certo.

Foi ele quem marcou um encontro, mas fui eu quem o convidou para o meu apartamento no final da noite. Naquele dia, descobri o que é ser realmente uma mulher, e adorei.

Hoje estamos em um relacionamento sério. Quando contei a ele sobre meu passado, foi um choque, mas logo ele me disse que, para ele, eu sempre fui uma mulher.

Estou otimista com o meu futuro como esposa e, quem sabe, mãe. Aquele homem que era ficou no passado, e hoje sou feliz e grata pela vida que tenho como mulher.

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