— Renato… quer dizer, Rosy, você queria falar comigo?
— Sim, Mauro. Tá tudo bem? Você parece estar me evitando.
— Não é isso… É que ainda é muito estranho te ver assim.
— Como mulher?
— Isso. Você era um cara normal. A gente saía, falava de mulher… Aí, de repente, você sai de licença e volta como Rosy.
— Eu entendo. Na verdade, era um sonho que eu sempre tive — e que achava impossível. Por isso escondi de todo mundo. Mas, quando apareceu esse novo tratamento genético, que deixa a gente como se tivesse nascido mulher, eu vi que era a minha chance de finalmente ser quem eu sempre quis ser.
— E você ficou muito bem.
— Obrigada!
— O problema é que… eu não sei como te tratar agora.
— Ué, me trate como antes.
— Bem, como antes fica difícil. Agora você é uma mulher bonita.
— Então tá. Me trate como uma mulher bonita. Como faria com qualquer outra. Pra começar… pode me chamar pra sair.
— S-sair? Tipo… um encontro?
— Sim. Olha, eu já te disse que você é um cara legal, divertido. Agora, como mulher, posso dizer sem parecer estranho: você é um homem charmoso — e muito gato.
— Puxa… Sim, eu gostaria de sair com você. Onde você quer ir?
— Rê, agora eu sou mulher. Você, como homem, decide onde vai me levar.
— Tá certo, Rosy. Nesta sexta-feira, ok?
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