sábado, 5 de julho de 2025



– Não... Não foi com isso que eu concordei.

– Foi sim, Antônio. Como sua advogada, eu cumpri o que prometi. Você não vai mais para a cadeia por uma falsa acusação de estupro.
– Sim, mas eu concordei em ir para a clínica e virar mulher achando que era só até o julgamento... Que depois eu poderia voltar a ser homem!
– Olha, eu nunca disse isso. Então a escolha é sua: ou passa dez anos como mulher – uma mulher livre –, ou dez anos como homem na cadeia, em regime fechado. Pense bem... Imagina o que fazem com estupradores nesses lugares. E não adianta dizer que é inocente.
– Ouça a doutora Toni. Como seu amigo, eu acho que você deveria aceitar. Dez anos não é tanto tempo assim... E, por outro lado, você poderá continuar fazendo as mesmas coisas de que gosta.
– É, mas agora com tetas, bunda gigante e uma perereca entre as pernas. Droga! Tá... Eu aceito o acordo.



Parece que foi ontem. Eu era um homem normal, com uma namorada e alguns casinhos por fora. Era fácil ser assim, sendo um cara bonitão e com o corpo malhado, cheio de testosterona. Mas tudo isso é passado.

Tudo mudou quando recebi o diagnóstico. Eu havia contraído o tal vírus de troca de sexo, provavelmente de uma transa com alguma desconhecida, já que as garotas não sofrem os efeitos do vírus, mas transmitem.

Primeiro veio a negação. Eu realmente acreditava que poderia vencer aquilo. Tentava malhar ainda mais pesado, mas o que acontecia é que conseguia usar pesos cada vez menores, até me ver usando os mesmos halteres das garotas na academia.

Ao mesmo tempo em que os músculos sumiam, minhas pernas engrossavam, o bumbum crescia e seios doloridos surgiam no meu peito.

Acho que um dos pontos mais baixos da minha vida foi quando, em um bar, um homem deu em cima da minha namorada. Eu lhe dei um soco, mas só o que consegui foi quebrar minha mão. O cara nem sentiu e, com um empurrão, me fez cair no chão. Além do ego e da mão feridos, fiquei dias com o bumbum doendo. Neste dia, decidi terminar o namoro. Ela não fez esforço para continuarmos, e acho que estava pensando nisso mesmo.

Semanas se passaram, e eu estava sentado em um café, bem deprimido. As mudanças haviam terminado, e o que sobrou de mim era uma garota completa, o que eu tentava esconder usando roupas largas e cabelos curtos.

De repente, um homem pediu para se sentar, e não sei por que eu permiti. No começo, minhas respostas eram curtas, e imaginava um jeito de fazer o sujeito ir embora e me deixar curtir minha fossa, mas pouco depois estávamos conversando sobre assuntos diversos e engraçados. Ri pela primeira vez desde o meu diagnóstico médico.

Fiquei assustado ao me pegar olhando para outro homem e achando ele lindo.

Nos encontramos mais algumas vezes ali. E em cada encontro, eu sentia a necessidade de usar roupas mais femininas. Não queria que ele pensasse que eu era uma garota desleixada e tivesse vergonha de ser visto comigo. O que não sabia é que, inconscientemente, eu estava tentando seduzi-lo, como uma mulher faria. E deu certo.

Foi ele quem marcou um encontro, mas fui eu quem o convidou para o meu apartamento no final da noite. Naquele dia, descobri o que é ser realmente uma mulher, e adorei.

Hoje estamos em um relacionamento sério. Quando contei a ele sobre meu passado, foi um choque, mas logo ele me disse que, para ele, eu sempre fui uma mulher.

Estou otimista com o meu futuro como esposa e, quem sabe, mãe. Aquele homem que era ficou no passado, e hoje sou feliz e grata pela vida que tenho como mulher.

terça-feira, 1 de julho de 2025


— Moça, como novo diretor, eu pedi que cada gerente regional tivesse uma reunião comigo. Mas acho que o seu se confundiu e mandou a... assistente? ou seria Secretária?


— Na verdade, eu sou gerente.


— Mesmo?... De qual filial?


— Da filial na Tailândia. Me chamo Sandra, mas até um ano atrás eu atendia por Rogério.


— Hã?!...

 

Droga!

Estava ansioso para chegar em casa, virar mulher e aproveitar o final de semama, então tomei a droga antes de sair do escritório.

Não imaginava que o meu carro iria dar defeito, e que demoraria tanto para chegar.

Agora virei mulher e estou na rua. É a minha primeira vez em público, e talvez ao invés de correr para casa poderia mudar de planos.

Achoque vou entrar em uma loja de roupas feminas, vestir algo mais adequado e ver onde o destino me leva.


Osvaldo enfrentava um dilema.

Ele jamais imaginou que se adaptaria tão bem sendo mulher.

O Programa de Diversidade e Empatia consistia, durante o período de um mês, em que funcionários do sexo masculino passassem por uma mudança de sexo temporária. O programa era voluntário e oferecia um bônus financeiro.

Osvaldo, com algumas dívidas acumuladas, viu no programa uma oportunidade: o ganho extra poderia ser a solução.

Ao se tornar Olívia, ele teve que aprender tudo sobre ser mulher — desde a postura, como se vestir, se maquiar, até os cuidados com a higiene, especialmente com as novas partes íntimas.

Olívia já não se importava mais com o peso dos seios ou com os saltos que machucavam seus pezinhos no fim do dia. Ela aprendeu a sentir orgulho da sua beleza.

Ao contrário do que pensava, passou a gostar da companhia masculina. Preferia estar entre homens do que entre outras mulheres. Com eles, sentia-se protegida, mimada e, ao mesmo tempo, poderosa. Com sua aparência, descobriu que um olhar e um sorriso eram capazes de conseguir quase tudo dos machos de plantão.

Mas o dia estava chegando. Ele teria que voltar a ser homem. Voltar à sua velha vidinha, que agora lhe parecia desinteressante.

Foi então que uma funcionária do RH entrou em contato. Meio sem jeito, esperando uma resposta negativa, ela fez uma proposta: Osvaldo poderia continuar como Olívia por mais alguns meses, viajando pelas filiais da empresa para divulgar os benefícios do programa. As viagens seriam por várias cidades do Brasil, com tudo pago, e sua única função seria dar algumas palestras.

Para a surpresa da moça do RH, Olívia aceitou imediatamente.

A Plástica - Final

 



— Sério, Ricardo?! Você fez isso comigo?

— Paulinho! Uau! Você tá uma gatinha.

— Gatinha, o caramba! Entro no chuveiro e, quando saio, minhas roupas sumiram. No lugar delas, estavam essas roupas de mulher. Já não basta a humilhação que estou sofrendo, estando deste jeito?

— Tá bom, foi uma piada pesada. Uma sacanagem da minha parte. Me desculpe. Mas você tem que admitir uma coisa: com essas roupas, você fica bem melhor do que usando aquela bermuda folgada e o camisão de sempre.

— Melhor em que sentido? Pareço ainda mais com uma mulher. Não é isso o que eu quero.

— Eu entendo. Mas não é melhor assumir, pelo menos até os médicos descobrirem por que seu corpo está mudando? Por outro lado, pense no quanto você vai aprender sobre as garotas, se misturando com elas.

— Não sei, cara... Não acho que isso valha a pena...

— ...E você poderá frequentar o vestiário feminino!

— Sabe que... talvez você tenha razão. De repente, pode ter suas vantagens.

— Isso mesmo. Se a vida te der limões, faça uma limonada.

— Droga! Agora não sei se fico bravo ou se te agradeço.

— Acho que me deve essa. Agora, que tal, em vez de ir pra casa, você malhar mais um pouco e depois tomar uma ducha... no vestiário delas!

— Mmm... vou fazer isso mesmo.

— Legal! Se precisar de ajuda com algum exercício, me chama, tá, Paulinha!