Paulo começou a sentir algo estranho em seu corpo, mas atribuiu isso ao estresse do trabalho e ignorou. Certo dia, ao sentir fortes cólicas, decidiu ir ao médico. O profissional receitou alguns medicamentos para aliviar o desconforto e recomendou que evitasse alimentos pesados por alguns dias. O remédio ajudou a aliviar os sintomas, mas, com o tempo, as cólicas voltaram de forma intermitente.
Foi então que a situação ficou ainda mais estranha. Paulo dizia a si mesmo que era apenas impressão, mas podia jurar que seu pênis estava encolhendo. Até que, certo dia, após passar uma noite inteira se sentindo mal, acordou e, ao tentar ir ao banheiro, percebeu horrorizado que seu membro havia desaparecido completamente. Em seu lugar havia apenas uma fenda, semelhante à vagina de uma mulher jovem.
No consultório, o médico ficou perplexo. Consultou bancos de dados médicos e colegas de profissão, mas nunca havia ouvido falar de algo semelhante. O que aconteceu com Paulo era um mistério absoluto. Exames mais aprofundados revelaram que a transformação não se limitava à genitália — Paulo havia desenvolvido um sistema reprodutor feminino completo, incluindo útero e ovários. A conclusão era clara: Paulo estava se tornando biologicamente uma mulher.
Apesar do choque, ele tentou manter sua rotina e esconder de todos o que estava acontecendo. No escritório, precisava se sentar para urinar e esperava o banheiro esvaziar para que os colegas não ouvissem aquele som característico da micção feminina.
O primeiro ciclo menstrual foi terrível. Além das cólicas, Paulo precisou comprar e aprender a usar absorventes higiênicos. Como não carregava bolsa, passou a usar uma mochila com os itens necessários. Ainda assim, se esforçava para agir com normalidade, mantendo em segredo a transformação. Mas logo isso se tornaria impossível.
Com o tempo, começou a perder massa muscular, o que alterou sua força e silhueta. A gordura se redistribuiu em seu corpo, acumulando-se nas coxas, quadris e bumbum, criando curvas femininas que contrastavam com sua cintura cada vez mais fina.
Ao mesmo tempo, seus seios começaram a doer e inchar. Logo desenvolveu mamas pequenas, como as de uma adolescente, e passou a usar uma faixa no peito para escondê-las sob a camisa.
As mudanças se aceleraram, tornando cada vez mais difícil "se passar" por homem. A feminilidade parecia explodir em seu corpo, agora moldado por curvas generosas e seios em pleno desenvolvimento. Sua pele ficou lisa e macia, e até seu rosto começou a mudar — mais suave, mais feminino. Já fazia meses que não precisava se barbear; nenhum pelo crescia mais em seu rosto. Sua voz, antes grossa, soava cada vez mais feminina, e ele já não conseguia mais disfarçar. Soava como uma moça tentando imitar um homem.
Paulo demorou a aceitar, mas percebeu que continuar fingindo era insustentável. Seus dias como homem haviam ficado no passado. Teve de encarar a realidade: agora era uma mulher. Começou comprando algumas roupas femininas discretas. Descobriu que calcinhas eram mais confortáveis, especialmente para segurar os absorventes. Abandonou a faixa nos seios e passou a usar sutiã, sentindo alívio com o suporte e conforto que proporcionava.
Com tutoriais no YouTube, aprendeu a se maquiar e rapidamente se encantou com os resultados, mergulhando no mundo da beleza. Observando outras mulheres, aprendeu a se portar e a se mover como elas — com suavidade, feminilidade e até uma sensualidade discreta.
Enquanto os médicos continuavam intrigados com o caso, Paulo tornou-se Paula — uma mulher completa, segura e cada vez mais feminina.
Paula mudou de emprego e passou a trabalhar como secretária em uma empresa financeira. Lá, fez amizade com Nilton, um dos sócios da companhia. Com o tempo, essa amizade evoluiu e, um dia, ele a convidou para jantar. Paula demorou para entender o significado do convite, mas logo percebeu que se tratava de um encontro romântico — o primeiro com um homem. Sentiu-se confusa, mas, depois de refletir, disse a si mesma: "Por que não?" E aceitou.
No dia do encontro, Paula surpreendeu-se com sua própria reação. Estava feliz, quase eufórica, por ter a chance de passar a noite com aquele homem educado, bonito e atencioso.
Mas naquele mesmo dia, recebeu uma ligação do médico. Ele havia descoberto uma possível cura para sua condição e propôs um tratamento que, em alguns meses, talvez pudesse fazê-la voltar a ser homem.
Era a notícia que Paulo esperara por tanto tempo. No entanto, em vez de alegria, sentiu apenas dúvida e confusão. A verdade é que Paula estava gostando de ser mulher — e não tinha certeza se queria voltar atrás.
Enquanto refletia, recebeu uma mensagem de Nilton, confirmando o horário em que passaria para buscá-la. Ela sorriu e respondeu confirmando — e, com um impulso de coragem, acrescentou um emoji de coração ao final da mensagem.
Paula havia tomado sua decisão: iria ao encontro, viveria aquela noite como mulher ao lado do homem que começava a gostar, e deixaria para o dia seguinte qualquer decisão sobre voltar a ser como antes.
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