terça-feira, 20 de maio de 2025


— Juliana, minha filha... você está de vestido?!

— Sim, mãe. Fiquei bem?
— Muito bem. Mas... nunca imaginei te ver assim. Quando sua tia te deu essa roupa, você ficou furiosa, jogou no fundo do guarda-roupa e disse que ia doar.
— S-sim... mas eu mudei de ideia. Na verdade, quero jogar fora todas as minhas outras roupas. As calças largas, os camisões, as jaquetas masculinas... Quero montar um novo guarda-roupa, só com roupas assim — bem femininas.
— Uau, que bom! Olha, você sabe que sempre respeitei suas escolhas, mas confesso que gosto de te ver assim, mais feminina. Parece que aquela fase de ser "machona" passou, né?
— Passou. Foi só uma fase... e posso garantir que não volta mais.
— Mas e a oficina? Vai ser estranho continuar trabalhando lá vestida desse jeito.
— Eu não vou mais trabalhar com mecânica. Pretendo buscar outro emprego, mas até lá quero ajudar aqui em casa. Quero que me ensine tudo o que uma mulher precisa saber.
— Nossa... o que aconteceu com você? Parece outra pessoa.
— De certo modo, eu sou mesmo. Mas continuo sendo sua filha — e preciso da sua ajuda para me tornar a mulher que desejo ser.
— Claro, meu amor! Vem cá, me dá um abraço!


Juliana e Mateus eram grandes amigos. Ela sempre odiou ter nascido mulher e não escondia isso de ninguém. Já Mateus guardava um desejo secreto: queria ser mulher.

Nas conversas entre eles, às vezes surgiam discussões sobre as vantagens e desvantagens de cada sexo. O que Juliana via como uma limitação, Mateus via como uma liberdade — e vice-versa.

Certo dia, Juliana pediu para se encontrar com ele. Estava séria, determinada. Contou que havia descoberto uma forma de realizar o desejo dos dois.

Disse que conheceu uma senhora misteriosa, uma espécie de mística, que afirmava ser capaz de trocar o corpo de duas pessoas — desde que ambas quisessem de verdade.

Mateus ficou cético no início, mas decidiu tentar. Uma semana depois, tarde da noite, os dois saíram da casa da senhora... um no corpo do outro.

Juliana, agora no corpo de Mateus, tirou a camisa, passou as mãos no peito peludo e riu, sentindo a liberdade de poder fazer isso em público.
Mateus, por outro lado, agora no corpo de Juliana, sentia-se pequeno e inseguro, estranhando cada detalhe do novo corpo feminino.

Eles prometeram manter tudo em segredo. Cada um assumiria a vida do outro, e assim seguiram para suas novas casas, dispostos a viverem suas novas vidas.


Algum tempo depois, Mateus — agora vivendo como Juliana — passeava com a mãe no shopping, quando um rapaz passou por elas e sorriu. Ela retribuiu com um sorriso tímido, e a mãe notou na hora.

— Filha, aquele rapaz flertou com você.
— Acho que sim, mãe.
— E... você gostou?
— Sim.
— Então agora você gosta de meninos? Não é mais lésbica?
— Digamos que estou aberta a novas experiências.
— Puxa, você mudou mesmo. Olha, uma amiga minha tem um filho. Ele é bem bonito, e gostou de uma foto sua. Que tal se eu marcasse pra ele ir lá em casa um dia desses?
— Acho uma ótima ideia, mãe. Mas vou precisar de uma coisa.
— O quê, filha?
— Podemos passar numa loja de lingerie?
— Quer...? Claro que sim!

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