Henrique e Tomas estavam trabalhando em um projeto que envolvia obter imagens do passado. Certo dia, durante um experimento, algo deu errado: houve uma explosão e os dois ficaram inconscientes. Henrique abriu os olhos e viu um homem no chão. Ao se levantar, sentiu algo muito estranho: um peso enorme se moveu em seu peito, e cabelos longos caíram sobre o seu rosto. Ao se examinar, acreditou estar sofrendo uma alucinação, pois agora estava usando um vestido e, por baixo dele, seu corpo era o de uma mulher.

No mesmo momento, o homem no chão se levantou e viu a mulher confusa em sua frente. Momentos depois, descobriram a verdade. Tomas estava no corpo de um homem estranho, enquanto Henrique estava no corpo de uma mulher. Além disso, os dois haviam voltado no tempo para o ano de 1952. Examinando os documentos que encontraram, descobriram que o nome do homem era Amadeu, e a mulher era Alicia. Os dois eram casados há pouco mais de um ano. Ele trabalhava vendendo carros, e ela era dona de casa.

Logo estabeleceram que deveriam tentar agir de acordo com o casal, enquanto tentavam descobrir como voltar para seus corpos e épocas originais. Assim fizeram, e Tomas ia trabalhar todos os dias enquanto Henrique cuidava da casa. Ao mesmo tempo, tentavam recriar o seu experimento na garagem da casa.

Certo dia, Tomas chegou em casa e encontrou Henrique na cozinha.

- Henrique, você não deveria estar testando as novas válvulas?

-Eu testei, e elas queimaram, Tomas.

- Bem, vou tentar achar outras opções, mas...

- Esquece! Não adianta, Tomas. Com esta tecnologia, nunca conseguiremos voltar.

- Mas então, o que faremos? Ficaremos aqui o resto da vida?

- Estou dizendo que temos de aceitar a realidade. E como sabe se ficar aqui será tão ruim, sem sequer experimentar? Quem sabe, se dermos uma chance, a vida como estas pessoas pode ser boa.

- Pra falar a verdade, eu até que não ligaria, mas me preocupo com você, Henrique. Não deve ser fácil estar neste corpo de mulher, e ainda por cima em uma época em que pessoas do seu sexo praticamente não podem trabalhar.

- Também pensava assim no começo, mas depois de um tempo aqui, minha percepção mudou. O trabalho doméstico não é lá tão ruim, e tenho muitas amigas na vizinhança que são simplesmente adoráveis.

- Entendo. Então vamos ficar assim, dividindo esta casa e fingindo que somos essas pessoas para o resto da vida.

- Não exatamente... - Disse Henrique, levantando e depois sentando-se no colo de Tomas. - Não vamos fingir, mas passaremos a agir como marido e mulher.

Henrique então lentamente se aproximou e beijou a boca de Tomas, que pouco depois o carregou no colo até a cama do casal...