O planeta Marte foi transformado pelos homens em um planeta não só habitável mas cheio de vida e natureza. Mas logo após esta conquista houve uma guerra nuclear na Terra, que a tornou um lugar inóspito. 

Aqueles com muito dinheiro estavam imigrando para Marte, mas não era o caso da família de Felipe. Seus pais se divorciaram e ele em seus dezoito anos morava com a mãe. O destino deles seria padecer, mas uma notícia mudaria tudo. Havia muito poucas mulheres em Marte, então pessoas do sexo feminino poderiam mudar para lá de graça.

-Mamãe - disse Felipe - Você pode ir. Não tem que ficar aqui para morrer comigo.

-Felipe, eu só vou quando for comigo.

-Mas então vai morrer também. Isso não tem lógica.

-Quero dizer que eu tenho uma solução. O dinheiro que estávamos juntando não é suficiente para a sua passagem, mas dá para pagar por outra coisa. Uma mudança corporal genética.

-Como... não está querendo dizer...Não! Prefiro morrer!

-Calma, pense bem nisso filho. O importante é estar vivo, e no fundo o sexo ao qual pertencemos é um mero detalhe. Ser mulher não é ruim e posso dizer isso com propriedade. Com o tempo vai se acostumar, eu prometo.

Levou alguns dias, mas vendo a situação a sua volta piorar e sabendo que ficando além de morrer mataria sua mãe, Felipe aceitou a ideia.

Os dois foram para a clínica, e horas depois a mãe do rapaz voltou para buscá-lo. Ao entrar na sala a mulher teve uma surpresa:

-F-Felipe! É você meu filho?

-Sim mamãe. Sou eu mesmo. 

-Como se sente querido?

-É bem esquisito mas me sinto bem. Uma enfermeira me deu estas roupas, pois parece que encolhi um bocado e as minhas não serviam. Mas me sinto meio ridículo nelas.

-Não Não! Está muito bem assim. Só precisamos de um novo nome para você. 

-Bom, eu pensei no nome da vovó. Se a senhora não se importar.

-Evelyn? Claro que não me importo. Na verdade adorei! Vamos então Evelyn?

As duas foram então direto para o escritório de transferências, e dias depois mãe e filha estariam partindo para uma nova vida em Marte.