Osvaldo enfrentava um dilema.
Ele jamais imaginou que se adaptaria tão bem sendo mulher.
O Programa de Diversidade e Empatia consistia, durante o período de um mês, em que funcionários do sexo masculino passassem por uma mudança de sexo temporária. O programa era voluntário e oferecia um bônus financeiro.
Osvaldo, com algumas dívidas acumuladas, viu no programa uma oportunidade: o ganho extra poderia ser a solução.
Ao se tornar Olívia, ele teve que aprender tudo sobre ser mulher — desde a postura, como se vestir, se maquiar, até os cuidados com a higiene, especialmente com as novas partes íntimas.
Olívia já não se importava mais com o peso dos seios ou com os saltos que machucavam seus pezinhos no fim do dia. Ela aprendeu a sentir orgulho da sua beleza.
Ao contrário do que pensava, passou a gostar da companhia masculina. Preferia estar entre homens do que entre outras mulheres. Com eles, sentia-se protegida, mimada e, ao mesmo tempo, poderosa. Com sua aparência, descobriu que um olhar e um sorriso eram capazes de conseguir quase tudo dos machos de plantão.
Mas o dia estava chegando. Ele teria que voltar a ser homem. Voltar à sua velha vidinha, que agora lhe parecia desinteressante.
Foi então que uma funcionária do RH entrou em contato. Meio sem jeito, esperando uma resposta negativa, ela fez uma proposta: Osvaldo poderia continuar como Olívia por mais alguns meses, viajando pelas filiais da empresa para divulgar os benefícios do programa. As viagens seriam por várias cidades do Brasil, com tudo pago, e sua única função seria dar algumas palestras.
Para a surpresa da moça do RH, Olívia aceitou imediatamente.
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