sexta-feira, 11 de abril de 2025



Bruno se olhava no espelho cheio de inseguranças.

— Não sei, Paty… Acho que não tô pronto pra isso.

— Tá brincando, né, Bruno? Ou melhor, Bruna…  Os seus amigos vão pirar quando te virem assim.

— E se não me aceitarem? Se rirem de mim?

— Rir de quê? Você tá linda. Fez a mudança completa. Tem esse corpo que dá inveja, e agora uma xereca linda entre as coxas. Não tem nada de engraçado nisso… a não ser que você esteja insegura porque eu comentei que o Tonhão vai estar na praia.

— O T-Tonhão? Por que eu me preocuparia com ele?

— Ah, pára. Eu sempre vi como você olhava pra ele. Antes mesmo de virar mulher, já tinha aquele olhar. Ele é tudo: alto, forte, educado…

— Ele é só meu amigo.

— Sei. Mas agora você tem tudo o que ele gosta. E eu sei que ele gosta muito. Talvez esteja com medo porque sabe que pode acontecer alguma coisa.

— É que… vou aparecer assim, do nada. E você me faz comprar um biquíni que mais parece um fio dental!

— E queria o quê? Um maiô de vó? Amor, pensa assim: é como arrancar um curativo. Vai de uma vez. Mostra esse corpão, deixa o mundo ver quem você é de verdade. E confia em mim: você vai se acostumar. Ainda mais sendo linda assim.


Bruna respirou fundo, ajeitou os cabelos e caminhou com Patrícia até a praia. O sol dourava sua pele recém-descoberta, e os olhares vinham como ondas. Quando chegaram, os amigos já estavam por lá, mas foi um em especial que fez o coração dela disparar.


Antonio se levantou, sem camisa, o peito largo brilhando de suor, e veio direto até ela. 


— Oi — disse ele, com uma voz grave que arrepiou Bruna. — Meu nome é Antonio.

Bruna tentou responder, mas a garganta secou.

— Tonhão — interrompeu Patrícia, divertida —, essa é minha amiga Bruna. Aposto que vocês vão se dar muito bem.

— É… é um prazer te conhecer, Antonio — disse Bruna, com um sorriso tímido.

— O prazer é todo meu — respondeu ele, com um olhar que percorreu o corpo dela com um interesse nada disfarçado.


Ela sentiu um calor subir pelas coxas.


— Nossa… ficou quente aqui de repente — sussurrou, mais para si mesma.

— Que tal irmos até aquele quiosque tomar alguma coisa gelada? — perguntou ele, a voz como um convite.

— Eu… adoraria — respondeu Bruna, já sentindo o friozinho na barriga se transformar em desejo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário