Bruno se olhava no espelho cheio de inseguranças.
— Não sei, Paty… Acho que não tô pronto pra isso.
— Tá brincando, né, Bruno? Ou melhor, Bruna… Os seus amigos vão pirar quando te virem assim.
— E se não me aceitarem? Se rirem de mim?
— Rir de quê? Você tá linda. Fez a mudança completa. Tem esse corpo que dá inveja, e agora uma xereca linda entre as coxas. Não tem nada de engraçado nisso… a não ser que você esteja insegura porque eu comentei que o Tonhão vai estar na praia.
— O T-Tonhão? Por que eu me preocuparia com ele?
— Ah, pára. Eu sempre vi como você olhava pra ele. Antes mesmo de virar mulher, já tinha aquele olhar. Ele é tudo: alto, forte, educado…
— Ele é só meu amigo.
— Sei. Mas agora você tem tudo o que ele gosta. E eu sei que ele gosta muito. Talvez esteja com medo porque sabe que pode acontecer alguma coisa.
— É que… vou aparecer assim, do nada. E você me faz comprar um biquíni que mais parece um fio dental!
— E queria o quê? Um maiô de vó? Amor, pensa assim: é como arrancar um curativo. Vai de uma vez. Mostra esse corpão, deixa o mundo ver quem você é de verdade. E confia em mim: você vai se acostumar. Ainda mais sendo linda assim.
Bruna respirou fundo, ajeitou os cabelos e caminhou com Patrícia até a praia. O sol dourava sua pele recém-descoberta, e os olhares vinham como ondas. Quando chegaram, os amigos já estavam por lá, mas foi um em especial que fez o coração dela disparar.
Antonio se levantou, sem camisa, o peito largo brilhando de suor, e veio direto até ela.
— Oi — disse ele, com uma voz grave que arrepiou Bruna. — Meu nome é Antonio.
Bruna tentou responder, mas a garganta secou.
— Tonhão — interrompeu Patrícia, divertida —, essa é minha amiga Bruna. Aposto que vocês vão se dar muito bem.
— É… é um prazer te conhecer, Antonio — disse Bruna, com um sorriso tímido.
— O prazer é todo meu — respondeu ele, com um olhar que percorreu o corpo dela com um interesse nada disfarçado.
Ela sentiu um calor subir pelas coxas.
— Nossa… ficou quente aqui de repente — sussurrou, mais para si mesma.
— Que tal irmos até aquele quiosque tomar alguma coisa gelada? — perguntou ele, a voz como um convite.
— Eu… adoraria — respondeu Bruna, já sentindo o friozinho na barriga se transformar em desejo.
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